A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), do Ministério da Saúde, aprovou este ano a incorporação da escleroterapia com espuma para tratar varizes. Com isso, a expectativa é que o procedimento ajude a diminuir as filas de espera de pacientes por tratamentos e até mesmo pela cirurgia. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), as varizes atingem até 70% da população brasileira, sendo que 20% são homens. Apesar de não ter cura, elas têm tratamento e há a possibilidade de prevenção, e é importante procurar um especialista logo no início dos sintomas para evitar complicações mais sérias, como o surgimento das úlceras varicosas, um estágio avançado da doença, no qual ela não cicatriza espontaneamente e é um grande problema de saúde pública.

O angiologista Carlos Eduardo Jorge afirma que a técnica da escleroterapia com espuma é uma das menos invasivas
De acordo com o angiologista e diretor da AngioGold Angiologia Estética, Carlos Eduardo Jorge, atualmente existem modernos tratamentos minimamente invasivos, eficazes e seguros. Um deles é a escleroterapia com espuma, técnica em que se injeta dentro das varizes uma substância misturada com o ar sob a forma de espuma e é feito na clínica, sem internação hospitalar e sob anestesia. Densa, a espuma é semelhante à de barbear e obstrui a veia doente. “O polidocanol – como é chamado – é um medicamento antigo, cuja eficácia era prejudicada porque, em sua forma líquida, era facilmente absorvido pela corrente sanguínea. Como a espuma é densa, ela fica concentrada na variz por mais tempo e murcha seu volume instantaneamente. Dentro do organismo, a veia é ocluída pelo processo inflamatório (flebite) e posteriormente existe a resolução com fibrose desta veia”, declara Carlos Eduardo Jorge. Com este método é possível tratar até úlcera abertas.
Médico alia ao tratamento uso do aparelho de Realidade Aumentada para garantir resultados mais eficazes
O especialista explica que neste procedimento ele associa o resfriamento da pele, a fim de minimizar e até mesmo eliminar a dor. Além disso, o médico alia ao tratamento, em todas as sessões, o uso do aparelho de realidade aumentada. “A realidade aumentada dá uma nova dimensão àquilo que o olho humano enxerga. O equipamento projeta sobre a pele, em tempo real, os vasos que não estão visíveis a olho nu. A imagem das veias é capturada por câmera infravermelha, processada por um computador e projetada sobre a pele em luz verde ou vermelha”, explica Carlos Eduardo Jorge. Com isso, é possível identificar os famosos vasos nutridores que causam a recorrência das microvarizes (telangiectasias).

Uso da Realidade Aumentada garante diagnósticos mais precisos e tratamentos mais assertivos